Hoje em dia

Paixão por cavalos une irmãos em Minas Gerais

Felippe Drummond Neto - Do Hoje em Dia

Normalmente a proximidade do parentesco é definida pelo DNA. Mas, no caso da família Morgan, a afinidade pode ser medida por uma paixão em comum. Irmãos, o jovem cavaleiro Felipe, de 20 anos, e a amazona Gabriela, 18, não são ligados apenas pelo sangue, mas pelo amor que sentem pelos cavalos e pelo hipismo.

 

Sentimento que começou na infância, como uma brincadeira, e hoje virou negócio. Os dois, apadrinhados pelo cavaleiro Sérgio Marins, reformaram o haras particular, “no quintal de casa”, para transformá-lo no mais novo centro hípico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A ideia é atender atletas e clientes da melhor forma possível.

 

Membro da equipe brasileira nas Olimpíadas de Atenas-2004, no Mundial de 2002 e na Copa do Mundo de CCE (Concurso Completo de Equitação), Marins foi grande incentivador do projeto, especialmente em função do atual momento do hipismo nacional e mineiro. “O Felipe queria se profissionalizar e precisava de uma pessoa para alavancar a carreira. Me convidou, a princípio, para esse papel. Quando cheguei, propus ampliação do haras e abertura para outros atletas, além de ser um novo local para praticantes da modalidade”, enfatiza.

 

Ganhando espaço

 

O momento é apropriado. Um dos esportes mais tradicionais das olimpíadas, o hipismo, aos poucos, volta a ganhar espaço no Estado. Principalmente em Belo Horizonte, que sofreu, há pouco mais de dez anos, com o escândalo do “mensalão”.

 

O esporte, na época, se firmava na capital, sede dos principais centros hípicos brasileiros. Porém não resistiu à crise, perdeu credibilidade e ainda a maior pista do país, fechada, já que ficava no terreno do sítio de Marcos Valério, um dos mentores do esquema de corrupção. O Hipódromo Serra Verde também foi desativado e deu lugar à Cidade Administrativa do governo.

 

Uma década se passou, e o hipismo vai voltando aos holofotes e recuperando o prestígio que levou cinco cavaleiros mineiros a integrar equipes brasileiras que foram aos Jogos desde Sidney-2000. Aos poucos, também retoma o status de celeiro de cavalos e cavaleiros.

 

Um exemplo é a abertura de sete centros hípicos na Grande BH entre 2011 e 2013, conforme a Federação Hípica de Minas Gerais (FHMG). Outro ponto importante: são os resultados expressivos conquistados pelos competidores mineiros no ano passado, em todas as categorias individuais e por equipes.

 

Nas principais provas com obstáculos a 1,40m, os três campeões foram do Estado: Felipe Muzzi Lacerda, Bruno Maurelli e Sérgio Marins, respectivamente nas categorias Junior, Young Riders e Sênior. Por equipes, ficou com o primeiro e segundo lugares. “Minas é o principal Estado no país quando o assunto é hipismo. Em quantidade, ainda deixa a desejar, mas, em qualidade, somos os mais respeitados”, afirma o cavaleiro Lúcio Vinícius Osório que, ao lado de Felipe Muzzi e Felipe Morgan ficou com o título por equipe.

 

Desenvolvimento do esporte

 

Uma curiosidade do hipismo é que não se faz um campeão sem um bom cavalo. Essa é exatamente a outra aposta da família Morgan. “Investimos na criação de cavalos campeões. Na genética animal, o mais importante é a paternidade. Nesse caso, temos os melhores cavalos”, afirma Elton Morgan, pai de Felipe e Gabriela, administradores do recém-aberto haras Top Team, em Nova Lima.

 

Elton conta que a família acaba de adquirir um filho e neto de dois campeões olímpicos, de olho no potencial desse negócio. “Esperamos, no futuro, que ele se torne um dos melhores cavalos no mundo”, acrescenta o patriarca.

 

Com relação à transformação do haras em centro hípico, os parceiros estão ampliando as cocheiras, melhorando a pista de saltos e ainda pesquisando lotes vizinhos para expandir o local. “Mas já estamos funcionando com professores para os iniciantes e uma equipe de competição. Eu monitoro a todos, desde o pessoal que está começando até os atletas de altas performances”, esclarece o atleta olímpico Sérgio Marins, que espera agregar o centro de Nova Lima aos outros já existentes e aumentar o alcance do hipismo.

 

Começo

 

O início de todo esse projeto foi a paixão dos irmãos Felipe e Gabriela pelo esporte. “Começamos a montar em um haras perto de casa, apenas por lazer. No começo, gostávamos mesmo era de cavalgar, mas nosso professor, aos poucos, foi nos introduzindo nos saltos”, lembra a jovem Gabriela.

 

Ela montou, pela primeira vez, aos 8 anos, e o irmão, aos 7. Quando o pai dos dois, Elton, comprou o primeiro cavalo, a dupla se apaixonou de vez pelo animal e pelo hipismo. “Quando tínhamos 5 anos, meu pai comprou um lote para construir um sítio. Três anos depois, comprou um cavalo e, aos poucos, construiu uma pista para andar cavalgar.

 

Rapidamente, o local virou um haras particular para que eu e minha irmã treinássemos”, completa Felipe.

 

Ele sonha chegar às competições internacionais e até representar o Brasil em uma Olimpíada. Gabriela, por sua vez, não sabe se levará o esporte como meio de vida.

 

MODALIDADES

SALTO

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A modalidade Salto consiste basicamente numa prova em que o conjunto (cavalo/cavaleiro) percorre um percurso entre 8 a 12 obstáculos diferentes.

ENDURO

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Palavra de origem inglesa, o Enduro (Endurance) se traduz como competição longa em que a velocidade deve se adequar à resistência.

ADESTRAMENTO

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O Adestramento ou Dressage, como é conhecido internacionalmente, é uma modalidade Olímpica do Hipismo.

CCE

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O Concurso Completo de Equitação (CCE) é uma modalidade olímpica também conhecida como o “triatlon” equestre.